Existia um sentimento puro, mais forte que tudo
Um laço que ligava almas irmãs, que erram amigas
O poder desta ligação era grandioso, talvez até temido
Mas ha algo nisso que se corroeu, sem se perceber
De pouco em pouco, como a batida dos corações
O laço se corrompeu e nisso que rege o seu pecado
E o meu de acreditar que este puro sentimento
Era como cantam os poetas líricos de tempos esquecidos
Para sempre, mas assim não foi
Hoje então penso que você errou no fim
Deixou-se levar por coisas supérfluas
Sem noção do que realmente tudo significava
E o seu erro teve o preço do pouco que eu não tinha
Tudo que aquilo que eu realmente acreditava
Pelo tudo que briguei se esvaiu assim em duas palavras
Proferidas por alguém que eu morreria, e pior
Por alguém que eu realmente mataria para salvar
Falta de avisos não foram, mas tolices a minha
Que feito criança achar que sabe de tudo
Hoje me encontro aqui em meu ninho
Em meu aconchego sozinho,
Vendo o mundo desabando e morrendo
Aos poucos todos se vão e eu vou me agarrando as coisas
Me coloco em frente a algo para deixar a morte de lado
E como se não bastasse o tudo do nada
Ainda me arranca o único aconchego da minha alma
O sorriso jovem que me acolhe e me aquece
Me afasta desta outra alma, e tudo se transforma neste desespero
E penso que o tempo passa, e talvez em suas areias leve-lhe daqui
Conseguindo em fim tirar este peso de meu coração,
Mas como ainda é hoje, e hoje como já dito
É o funeral de tudo em que eu acreditava, ou seja
De tudo aquilo que não tinha, e assim se vai mais uma noite
Mais uma cerveja, um livro, um cigarro, uma vida
Fabio s bonetes
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