
Eu ando pelo escuro, as luzes dos postes falham
A ponta do cigarro em minha boca é a única luz que vejo
O mundo esta um caos, tudo fora do lugar
Há pedaços de historias caídas pelo chão como cacos
Tudo se arrastando com a chuva torrencial que cai
E assim vai levando para o rio do esquecimento coisas importantes
Coisas que eu nem sabia, mas que me trazem em sua falta a suma da saudade
E isso vai corrompendo meu coração do mesmo modo que a fumaça faz com meu pulmão
Meu querer é algo que não tem tanta importância, não depois de tudo
Com um suspiro sugo um pouco de água chuvosa,
Mas o gosto que me vem é salobro
Como das águas que dos olhos escorrem,
Ou do vinho que saem das cavernas do meu ser
E tudo é uma mistura de sonhos, ilusões, sua imagem, seu espírito, nossas risadas
Este caminho segue em frente, mas e se eu não quiser seguir
Talvez tenha chegado a hora de pular para o cruzamento,
Sendo que me vem desejos adormecidos, dilemas antigos e mal resolvidos
Demônios de outra era da minha alma, passados esquecidos
Jogo o cigarro acabado fora, acendo outro
Agora me arremata uma saudade, tão triste de momentos felizes
Quero que voltem, mas já foram mortos, destruídos
Ganância, poder, inveja, ódio,
Complôs que nos assinaram
Sempre vou crer que poderei te dar um abraço
Mas isso não é mais possível
E tudo gira com a fumaça
Com a escuridão, lagrimas, sangue, frio
Tudo rodando em um redemoinho de ilusão
De uma mente perturbada pela realidade
Que não se desculpara por coisas ditas
Nem por atos feitos, muito menos por atos não feitos
Puro orgulho, desprezo, imaturidade
Definir é difícil, pois o que resta é o chão e a escuridão
O fim do cigarro, a chuva, a dor.
By: Fábio Samuel Bonetes
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